Desde 1ª de novembro, familiares de vítimas de homicídios e acidentes de trânsito não têm mais que esperar o traslado de seus entes para São Gabriel ou Santiago para os exames de necropsias nos corpos. Entre fevereiro e outubro deste ano, Santa Maria só tinha plantão de peritos médicos legistas nas segundas, quartas e quintas-feiras. Às vezes, aos domingos, o atendimento também era em Santa Maria já que este dia era alternado em sistema de rodízio com as demais cidades.
Dessa forma, alguns familiares de vítimas só conseguiam velar seus parentes cerca de 15 horas depois. O fim do plantão compartilhado teve fim no dia 1ª de novembro, quando três novos peritos médicos legistas e um perito criminal entraram na escala de Santa Maria. Como o transporte das vítimas era feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), ainda era necessário o deslocamento de profissionais de Uruguaiana, Bagé, Santana do Livramento, entre outras cidades, para fazer a remoção de Santa Maria para a cidade onde havia atendimento.
O reforço veio após a nomeação de 88 novos servidores do IGP, entre peritos criminais, médicos legistas e técnicos em perícia, em todo o Estado. Os profissionais foram aprovados no último concurso público, realizado em 2017. Embora a nova leva de peritos tenha solucionado problemas pontuais como a falta de médicos no plantão diário, a defasagem de servidores ainda é significativa.
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Hoje são 730 servidores no Rio Grande do Sul, enquanto o ideal para a demanda populacional seria 1,7 mil funcionários públicos, ou seja, o déficit chega a cerca de 58%. Antes do certame de 2017, outro concurso só havia sido realizado em 2008.
O primeiro mês dos novos servidores em Santa Maria começou com grande demanda. Só em novembro já foram contabilizados 7 homicídios em na cidade até domingo, dia 11 de novembro.
_ O fim da escala compartilhada pesa principalmente no componente emocional. Conseguimos diminuir o sofrimento que a espera causava nos familiares das vítimas _ avalia a chefe da 5ª Coordenadoria Regional de Perícias, Maria Ângela Zuchetto.
Com mais recursos humanos, Santa Cruz também ganhou um Posto de Criminalística. A nova unidade deve desafogar a demanda do Posto de Criminalística de Santa Maria, que deixará de atender municípios da Região do Vale do Rio Pardo.